PONTOS CULMINANTES DOS ESTADOS BRASILEIROS

BAHIA – BARBADO (2.033 m)

01/07/17

 

Depois de estar viajando há alguns dias, finalmente cheguei à região da Chapada Diamantina-BA. Peguei umas estradinhas bem sinuosas com lindas montanhas do lado que pareciam uma coluna vertebral sem fim até que cheguei à Catolés-BA. A cidadezinha é bem bucólica, tranquila e aconchegante. Suas ruas são parte de paralelepípedos e de pedras. Há algum comerciozinho e algumas pousadas até boas. Montanhas e serras podem ser vistas para todos os lados.

Depois que me alojei numa pousada perguntei para o proprietário se ele conhecia algum guia que pudesse ir comigo até o cume do Barbado e ele disse que sim. Apesar de que eu tinha as coordenadas anotadas no meu GPS e nem precisaria de guia, sempre é bom ir com alguém do lado para conversar e aprender sobre a cultura e os costumes locais. Só fica inviável quando alguns guias cobram muito caro e aí eu prefiro dispensar. Encontrei o guia, um senhor já de meia idade e deixamos tudo combinado para amanhã.

Passeei um pouco por ali e vi um monumento ao garimpeiro e um tipo de mini anfiteatro. Parece que por ali já foi encontrado muito ouro e gemas preciosas. Também com tanta pedra não era de se esperar. Vi um jeguinho com dois balaios de couro (cestos), sendo um de cada lado nas suas laterais e me deu uma certa pena do bicho carregar tanto peso assim.

Deixei tudo arrumado para amanhã e comprei alguns salgados, doces e bebidas para levar amanhã na caminhada.

 

02/07/17

 

Dormi super bem. Tomei um ótimo café ali na pousada e me encontrei com o guia de ontem. Percorremos um trecho numa estradinha de terra e chegamos à Catolés de Cima-BA.

Passamos por uma fazendinha de café e cheiro estava uma delícia. Paramos ali para ver o café sendo secado em baixo de um tipo de lona e depois o proprietário passou um pouco do seu café num moedor que parecia ser artesanal. Dali ele já ia para o saco para ser vendido.

Continuamos e passamos pela cachoeira da Samambaia e depois pela cascata Pinga-Pinga. Ainda deu tempo de passarmos na última casinha antes da subida para valer ao cume do Barbado. Lá havia um fogãozinho à lenha aceso com suas panelas velhas e encardidas. “Panela velha é que faz comida boa.” Aquela imagem me fez lembrar da época que eu era moleque lá na fazenda que tínhamos em GO. O proprietário dali também estava trabalhando com a colheita do café e parece que este tipo de planta gosta mesmo das altas altitudes. As paredes da casinha eram de adobe e devim medir uns 30 cm de largura.

Começamos a subir a Serra do Barbado. Logo passamos ao lado da Serra do Elefante e depois uma linda vista se abriu por entre estas serras. Rapidamente chegamos perto dos 2.000 m de altitude e a vista ao redor estava mais fascinante ainda. A vegetação mudou. Apareceram líquenes de diversas cores e formas, cactos, musgos e outras plantas. Algumas cascatinhas com água pura também surgiram e paramos perto de uma delas num tipo de gruta para fazermos um lanchinho.  

A área foi ficando cada vez mais bonita e a vista alcançava as serras mais distantes. Vi muitos formatos de pedras e aquele tipo “casco de tartaruga”, que eu já havia visto em vários outros lugares do Brasil apareceu por ali também.

Na medida que fomos subindo novas plantas exóticas foram aparecendo e foi possível enxergar bem a cidade de Catolés-BA lá em baixo.

Enfim chegamos ao cume do Barbado e a 2.033 m de altura. Ou seja, o local mais alto de toda a região Nordeste. Caramba, que vista espetacular! É nessas horas que a gente se sente realizado e capaz por conseguir obter mais uma conquista na vida. Por ali havia algumas poças d’ água e dois marcos cimentados nas pedras. Há um abismo na frente do cume do tipo paredão e dali é possível ver vários outros montes e serras, como o morro do Cuscuz.

Dediquei mais esta façanha a minha querida mãe, natural dali da Bahia.

Começou a ventar e a esfriar e depois de um outro lanche e de muitas fotos iniciamos a descida de volta.

PONTO CULMINANTE DA BAHIA – BARBADO (2.033 m)