TRAVESSIA DO DF

NOROESTE-SUDESTE

A ÚNICA, COMPLETA E VERDADEIRA TRAVESSIA REALIZADA ENTRE OS PONTOS EXTREMOS COLATERAIS NOROESTE E SUDESTE DO DISTRITO FEDERAL 100% À FORÇA HUMANA (CAMINHANDO, REMANDO E PEDALANDO).

16/06/2020

 

Saí às 15h da Asa Norte depois de ter arrumado tudo sozinho na caminhoneta que serviria novamente de carro de apoio. Deu uma trabalheira danada ajeitar o caiaque, a “bike” e todos os acessórios e materiais necessários para realizar mais uma travessia. Ainda passei no SMPW para pegar o colete salva-vidas que havia esquecido. Desta vez eu iria precisar remar no último trecho do SE do DF, onde há o lindo lago da represa do rio Preto que divide o DF de MG para se chegar ao Ponto Extremo Sudeste (PESE).

Deixei tudo acertado anteriormente com o motorista, o qual foi o mesmo da outra Travessia NE-SO e fui em direção à Ceilândia-DF para busca-lo para dali irmos para a fazenda onde se localizam os Pontos Extremos Noroeste (PENOs) do DF. Faltando uns 600 m para chegar ao local onde havíamos combinado, o cara me liga dizendo que não iria poder ir mais porque havia recebido uma ligação de uma empresa para realizar uma entrevista de trabalho amanhã de manhã. Putz, não acreditei! Depois de tudo acertado e de toda a trabalheira o cara vem me dizer isso logo agora. Porque o infeliz não disse para a pessoa da ligação que não estava na cidade ou que já tinha um compromisso inadiável? Fiquei furioso e chateado e parei a caminhoneta num posto de combustível para pensar. Decidi então ligar para o amigo que havia arrumado este motorista irresponsável para ver se ele conseguiria um outro assim na última hora e no desespero. Acabou que deu tudo certo e ele conseguiu o primo dele que também estava desempregado, o Gleysson ali mesmo na Ceilândia-DF. Comprei uma pizza para nós e uma cesta básica para o caseiro da fazenda para onde iriamos e seguimos em frente. Chegamos à porteira da fazenda às 18h30, buzinamos e o caseiro veio nos atender. Conversamos um pouco e fomos nos arrumar para jantar e para depois dormir. Antes de ir nestes lugares eu pedi autorização para todos os caseiros ou proprietários e avisei os dias em que viria para não ter nenhum problema ou confusão. Jantamos e pus todas as baterias dos eletrônicos para carregar. Depois de ter passado muito estresse neste dia fui dormir mais tranquilo às 21h e agora só faltava o dia amanhecer bem bonito amanhã para realizar a Travessia NO-SE do DF.

 

17/06/2020

 

Acordei às 5h meio gripado por causa de muita friagem que peguei e de muita bebida supergelada que tomei em dias anteriores ao pedalar. O bom é que já estávamos ali do lado dos possíveis PENOs do DF. O dia havia amanhecido todo nublado, frio e com muito vento. Mais uma vez a previsão do tempo errou feio. Não importa, agora é seguir adiante. Tomei café e antes do sol nascer comecei a tirar as fotos por ali dos PENOs. Fiz umas filmagens com o drone e fui aos PENOs do Google Maps, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (SEDUH) e do Bancos de Dados Geodésicos (BDG) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) IBGE-BDG. Depois fui ao marco de cimento número 91.136 IBGE-BDG, o qual encontrei suas coordenadas no site do mesmo órgão, mas que também não estava de acordo com a linha imaginária divisória do DF segundo os outros órgãos e institutos. Não entendo porque estes órgãos e institutos não chegam num acordo e estabelecem um único local para ser o PENO, assim como os demais pontos extremos Cardeais e Colaterais do DF. E olha que isto acontece com todos os estados brasileiros, com suas regiões e até mesmo com o país. Absurdo mesmo! De qualquer forma eu iria fazer como sempre fiz em minhas outras travessias, ou seja, eu iria passar em TODOS os possíveis Pontos Extremos para que depois ninguém viesse falar que eu estava errado ou que não cheguei ao verdadeiro ponto extremo.

Logo encontrei o marco de cimento 91.136 do IBGE-BDG, fotografei e filmei no drone e dali fui até a rodovia onde estava a minha “bike”, totalizando uns 900 m de caminhada naquele trecho. Montei na “bike” e ali iria começar as torturas do frio e do vento. Eu estava com três camisas e mesmo ficando suado depois de um tempo de pedalada achei melhor assim do que ir só com a camisa fina de ciclismo. Passei pelo rio do Sal e depois peguei uma subidona de lascar, onde um caminhão vinha tão devagar que dava até para eu me segurar nele e pegar uma caroninha, mas isso seria contra os meus princípios. Posteriormente eu iria perceber que todo o lado Norte do DF é bem mais montanhoso do que o lado Sul. Em Brazlândia-DF virei à esquerda na DF-430 e peguei uma boa subida com o infeliz do vento contra me incomodando o tempo todo. A pedalada até ali não estava rendendo quase nada por causa dos morros e do maldito vento contra, mas pelo menos o visual por ali da natureza é bonito e com rios bem limpos. Cheguei à DF-001, voltei a BR-080 e fui sair na Estrutural. O trânsito ali estava louco e me espremi no pequeno acostamento até o entroncamento com a EPIA que também estava supertransitada. Creio que paz e tranquilidade no trânsito do DF só mesmo em sua pequena área rural. Entrei no Eixo Monumental e ao chegar próximo da Catedral havia uma barreira da Polícia Militar porque haveria uma manifestação hoje por ali. Então tive que virar rumo a L2 Sul e dali para a L4 Sul até a ponte JK. Ao parar num quiosque na beira da rodovia para saber se ainda havia marmita o Gleysson passou com a caminhoneta correndo e não me ouviu chama-lo. Com isso, tive que sair correndo atrás dele e depois de alguns quilômetros por sorte ele estava estacionado ao lado da ponte JK. Subi o morrinho que vai para o Mangueiral-DF e parei por ali às 13h para almoçarmos marmitas dentro do carro de apoio por causa do Coronavirus. Eu pensava em parar para almoçar depois de uns 80 e poucos km percorridos até às 12h e agora eu teria que me apressar para poder chegar ainda na claridade no PESE. E olha que eu não parei e nem desci da “bike” nestes 80 e poucos km já percorridos.

Às 13h30 reiniciei a pedalada e logo cheguei ao Balão da Papuda e de Unaí-MG. Fui rumo a esta última e depois passei pela entrada lateral de São Sebastião-DF. Enfrentei uma subida e logo depois uma boa descida. Eu teria que fazer o mesmo que havia feito naquela de manhã para poder chegar a tempo com claridade no PESE, ou seja, não parar nenhuma vez a “bike”. Veio uma subida de lascar e sem acostamento por causa da existência da terceira faixa. Com isso, fui para a contramão onde havia acostamento. A subida permaneceu até o entroncamento com a DF-251 e depois foi só alegria por estar num relevo plano. A agricultura se fortaleceu por ali, onde havia sorgo e milho. No entroncamento com a DF-285 segui rumo a Palmital-MG e passei por um trecho em asfaltamento. As plantações por ali, além da do milho havia também de cebolinhas e de arroz irrigado por pivôs com a água oriunda da represa do rio Preto. Começou a escurecer e logo cheguei à estrada de terra onde havia muita poeira. Parece que muita gente que mora nas cidades mineiras por ali estava voltando justo naquela hora que eu estava passando. Já na penumbra do entardecer cheguei à ponte sobre a represa do rio Preto e ainda deu para fotografar a imagem do lago ao lado do que seria o PESE do DF segundo o Google Maps, o que está totalmente errado. Caramba, que sufoco o dia de hoje! Foram 153 km de “bike” e 900 m a pé. Amanhã irei remar cerca de 1,7 km em busca dos PESEs no lago do rio Preto.

 

18/06/2020

 

Ontem fomos dormir em Palmital-MG a cerca de 15 km dali da ponte e após ter recuperado as energias acordei mais disposto para encarar o caiaque. Voltamos para a ponte sobre o lago do rio Preto e iniciei a remada após filmarmos com o drone. As águas por ali são maravilhosas, tanto na cor quanto na temperatura e os ribeirinhos que moram ali perto são bem hospitaleiros. Remei tranquilo e cheguei ao marco 91.152 IBGE-BDG, o qual se encontrava ainda com água acima de sua base.

Depois fui aos outros possíveis PESEs que estão todos dentro d’ água, mas que não há nenhuma sinalização ou marcação, fotografamos, filmamos no drone e voltei para a margem até a casa de um dos nativos dali.

Total da Travessia NO-SE foram 155,6 km, sendo 900 m a pé, 153 km pedalando e 1,7 km remando.

Na volta comprei cinco tucunarés pescados ali na represa, trouxe milho, cebolinha, uvas e pimenta.

MAIS UMA CONQUISTA!!!
SOU O PRIMEIRO E ÚNICO HOMEM A ATRAVESSAR O DF ENTRE OS SEUS PONTOS COLATERAIS 100% À FORÇA HUMANA (NE-SO e NO-SE).

 

CURIOSIDADES:

 

Em ambas as datas de saída das duas Travessias do DF o somatório dos números deu de novo o número 9, ou seja, o meu número da sorte.

VÍDEO DA TRAVESSIA NO-SE

NO PC: Vá em Detalhes, clique em Qualidade e depois em 1080p HD.
NO CELULAR: Vá nos três pontinhos na parte superior direita, clique em Qualidade e depois em 1080p HD.

PONTO EXTREMO COLATERAL NOROESTE DO DF (MARCO BDG 91.136 E DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS)

PONTO EXTREMO CARDEAL NORTE DO DF (IBGE)

PONTO EXTREMO COLATERAL NOROESTE DO DF (SEDUH 2019)

PONTO EXTREMO COLATERAL NOROESTE DO DF (LEI 2874-56)

PONTO EXTREMO CARDEAL LESTE E COLATERAL SUDESTE DO DF (MARCO BDG 91.152 E DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS)

PONTO EXTREMO CARDEAL LESTE E COLATERAL SUDESTE DO DF (SEDUH 2019)

PONTO EXTREMO CARDEAL LESTE E COLATERAL SUDESTE DO DF (LEI 2874-56)

PONTO EXTREMO CARDEAL LESTE E SUL DO DF (IBGE)

PARA AMPLIAR A IMAGEM NO CELULAR:
CLIQUE UMA VEZ NELA E ARRASTE-A ENTRE OS DOIS DEDOS.