PONTOS EXTREMOS DAS REGIÕES BRASILEIRAS

 

REGIÃO CENTRO OESTE

PONTO EXTREMO ORIENTAL DA REGIÃO CENTRO OESTE  (PEORRCO) * LESTE *

 

Dia 14/04/2011  

 

Depois de termos passado por Cabeceira Grande-MG, Cabeceiras-GO, Buritis-MG, Formoso-MG, Sítio da Abadia-GO e Damianópolis-GO, eu e uma amiga chegamos à Mambaí-GO. Ficamos uns dias nesta cidade conhecendo vários atrativos naturais, como cachoeiras, grutas, cidades de pedra, voçorocas, pedras exóticas, mirantes, entre outros.

Eu sabia que ali por perto estava localizado o PEORRCO e então fiquei com vontade de ir lá conhecê-lo, pois verifiquei no Google Earth que passava uma estradinha bem ao lado.

Este seria o primeiro Ponto Extremo a conhecer, exclusivamente de uma região brasileira, já que o da ponta da praia dos Seixas na PB também era o Ponto Extremo Oriental do Brasil e das Américas.

Pegamos uma estrada que ia rumo a Cocos-BA e depois viramos à esquerda. As estradas por ali eram meio barrentas e arenosas, mas nesta época as primeiras chuvas ajudaram o terreno a ficar mais firme e transitável.

Passamos por alguns fornos de carvão num certo encontro de várias placas de fazendas e fomos em frente por entre algumas fazendas com plantações de coníferas e alguma lavoura.

Depois pegamos uma estrada com bastante desmatamento ao seu redor. Por ali andavam irrigando as grandes lavouras com pivôs que se abasteciam dos rios Formoso e Itaguari, além de seus afluentes. O problema era que este tipo de crime ambiental estava começando a interferir no volume d’água desses rios e de suas nascentes, podendo causar com o tempo a seca dos mesmos. Sem contar que ali por perto havia uma Unidade de Conservação chamada Refúgio de Vida Silvestre das Veredas do Oeste Baiano.

Depois viramos à esquerda, onde havia uma outra placa mencionando que ali era uma reserva legal e pegamos uma estradinha meio abandonada naquele Cerrado fechado e bem retorcido.

Mais para frente parei o carro e fomos caminhando por dentro do Cerrado por quase uns 100 m até o PEORRCO segundo o Google Earth. Depois voltamos e continuamos caminhando pela estradinha rumo ao PEORRCO segundo o IBGE. Marquei e instalei por ali estes dois marcos.

PONTO EXTREMO ORIENTAL DA REGIÃO CENTRO OESTE (PEORRCO) * LESTE *

PONTO EXTREMO OCIDENTAL DA REGIÃO CENTRO OESTE  (PEOCRCO) * OESTE *

 

Dia 20/07/2013

 

Depois de termos passado por Placas-GO, Cocalzinho-GO, Dois Irmãos-GO, Hidrolina-GO, Crixás-GO, Nova Crixás-GO, Cocalinho-MT, Canarana-MT, Paranatinga-MT, Santiago do Norte-MT, Feliz Natal-MT, Vera-MT, Sinop-MT, Claúdia-MT, União do Sul-MT, Marcelândia-MT, Nova Sta Helena-MT, Alta Floresta-MT, Paranaíta-MT, Nova Monte Verde-MT, Cotriguaçu-MT, Juruena-MT, Cotriguaçu-MT novamente, Nova Esperança-MT, Colniza-MT, pela ponte de madeira sobre o rio Aripuanã e pela balsa no rio Roosevelt, eu e um amigo chegamos finalmente à vila de Guatá ou Três Fronteiras em Colniza-MT para conquistarmos o PEOCRCO.

Acordei às 6 horas e chamei o meu amigo para procurarmos o senhor gaúcho que era o dono da fazenda, onde teríamos que passar para instalarmos o marco no PEOCRCO. Encontramos o tal senhor gaúcho num mercadinho e fomos ali conversar com ele. Percebi que naquela vila no estilo “Oeste Caboclo” várias pessoas ali por perto eram funcionários ou jagunços dele, pois ele parecia ser bem importante por aquelas bandas. Falei para ele sobre a minha missão de marcar os Pontos Extremos das Regiões brasileiras e ele foi super simpático e prestativo nos explicando tudo direitinho de como tentar chegar lá. Ele só exigiu que fôssemos acompanhados de um de seus funcionários e que pegássemos uma autorização também do seu vizinho para não termos nenhum problema.

Percebi que todo mundo por ali usava alguma arma por debaixo de suas camisas. Caramba, o estilo daquele lugar era mesmo de “Oeste Caboclo” e ainda bem que o dono daquelas terras se simpatizou com a gente.

Depois tirei algumas fotos de uns caminhoezinhos que algumas crianças haviam feito com madeira, chinelos e borracha ali perto da pousada onde ficamos. Ficaram iguais aos de verdade, até mesmo com as carretas conhecidas pelo nome de Julietas e com as toras de madeira por cima. Parece que desde pequenos, os moleques por ali sonham em ser caminhoneiros das madeireiras e parecem não perceber que a natureza pode ir sendo destruída aos poucos se não houver uma boa organização, planejamento e fiscalização.

Partimos dali e passamos na fazenda do vizinho do senhor gaúcho e deu tudo certo ali também. Com toda esta enrolação só conseguimos sair dali às 9 horas.

O roteiro e as coordenadas que eu peguei no Google Earth e passei para o meu GPS estavam batendo direitinho com tudo por ali. Chegamos à entrada da fazenda daquele senhor gaúcho depois de uns 13 km. Viramos à esquerda e percorremos uns 5 km numa estrada boa e logo pegamos uma outra cheia de buracos e de lama cercada de floresta e de toras de árvores cortadas que certamente seriam destinadas às várias madeireiras daquela região. Parei a caminhoneta e fomos caminhando porque uma imensa árvore caída estava bloqueando todo o caminho. Com isso, pegamos os marcos e todo o material necessário e fomos em frente adentrando na mata.

Atravessamos vários troncos caídos e lembrei-me dos momentos daquelas caminhadas que eu havia feito pelas bandas do monte Caburaí-RR e da Serra do Divisor-AC. Passamos por uma lagoa cheia de árvores mortas e repleta de pegadas de queixadas e de antas nas suas margens. Vimos também vários “lameiros” recém-escavados pelos queixadas e ficamos de olhos abertos por causa deles e por causa de possíveis onças que talvez estariam por perto os perseguindo.

Chegamos ao córrego Santa Rosa, o qual havia destruído o caminho e aberto uma vala gigante. Sua água era bem cristalina e enchemos nossas garrafas. Chegamos a um trecho onde havia uma floresta de taboca com uns 50 m de comprimento invadindo a estradinha velha por onde estávamos caminhando. Tivemos que abrir caminho na base dos facões até retornarmos para aquela estradinha velha.

A sede e a fome começaram a bater e paramos algumas vezes para recuperarmos as forças. Chegamos ao ponto, onde teríamos que virar à esquerda e caminharmos uns 260 m dentro da mata também para instalarmos o marco segundo o IBGE. Eita pedacinho trabalheira por ali! Depois caminhamos só mais uns 14 m e chegamos ao Ponto Extremo segundo o Google Earth. Conseguimos chegar aos pontos exatos marcados no GPS segundo o IBGE e o Google Earth. Em ambos locais tivemos que limpar um pouco ao seu redor para instalarmos os marcos. As máquinas fotográficas ficaram bem úmidas e isto prejudicou um pouco as fotos e os filmes. Andar na floresta é assim mesmo, ou seja, tudo fica muito úmido e molhado, principalmente nós mesmos. Fiquei satisfeito por deixar minha marca em mais um Ponto Extremo de uma região brasileira.

Eram 13 horas e começamos a retornar para a minha caminhoneta. Demoramos 3h30 na ida e fizemos a volta em 2h30, pois o local já estava limpo por nós. Fiquei bastante arranhado nos braços e em parte do pescoço e olha que caminhei com atenção, com roupas apropriadas e fomos cortando os galhos que apareciam em nossa frente.

Voltamos para Guatá ou Três Fronteiras em Colniza-MT e fomos almoçar. O senhor aquele gaúcho apareceu e passei as coordenadas do marco instalado por nós para ele.

Os 12 km que caminhamos hoje foram de lascar, mas nada como um bom descanso depois para relaxar.

PONTO EXTREMO OCIDENTAL DA REGIÃO CENTRO OESTE (PEOCRCO) * OESTE *

PONTO EXTREMO SETENTRIONAL DA REGIÃO CENTRO OESTE  (PESRCO) * NORTE *

 

Dia 25/07/2018

 

Depois de passarmos por Pirenópolis-GO, Itaguaru-GO, Mozarlândia-GO, Cocalinho-MT, Água Boa-MT, Novo São Joaquim-MT, Sto Antônio do Leste-MT, Primavera do Leste-MT, Campo Verde-MT, Nova Brasilândia-MT, Sta Rita do Trivelato-MT, Nova Mutum-MT, Tapurah-MT, Itanhangá-MT, Tabaporã-MT, Alta Floresta-MT, Nova Bandeirantes-MT e pela vila Japuranã-MT, eu e um amigo chegamos ao rio Juruena para alcançarmos o PESRCO, próximo da Barra de São Manuel em Apuí-AM.

Depois de seis dias navegando no rio Juruena com uma voadeira, desde a balsa que vai de Nova Bandeirantes-MT à Cotriguaçu-MT, passando por diversas corredeiras e conhecendo lugares MARAVILHOSOS chegamos à vila Barra de São Manuel em Apuí-AM, que se localiza próximo àquela pontinha do estado de MT com o AM e com o PA. O lugar por ali era impressionante e repleto de belezas naturais, onde sem dúvida, a maior delas era o fabuloso encontro dos rios Juruena e Teles Pires ou São Manuel, onde nasce o rio Tapajós.

De manhã cedo os galos começaram a cantar ali na vila Barra de São Manuel em Apuí-AM e havia uma densa neblina sobre o rio Tapajós. Para variar, novamente, o meu amigo vacilou e alguns cachorros e urubus comeram a carne que desta vez o nosso piloteiro havia comprado em Jacareacanga-PA. Vai ser distraído assim!

Saímos às 7h30, depois que o tempo abriu e fomos logo em seguida aos possíveis PESRCO segundo o Google Earth e segundo o IBGE. Estes dois possíveis Pontos Extremos ficam somente a uns 14 m um do outro, dentro da água mesmo e bem no encontro dos rios Juruena e Teles Pires ou São Manuel. Constatei que estas marcações estavam na água e a mais de 250 m ao norte em relação ao que seria o PESRCO Terrestre de onde foi possível avistá-lo.

Por fim, fomos ao PESRCO Terrestre, o qual ficava numa extremidade mais ao Norte ainda e numa ilha que pertencia ao MT e ao PA, sendo que a maior parte ao MT. O lugar era bem estreito, tinha uma árvore caída, alguns galhos e a sua terra era meio argilosa.

 

PONTO EXTREMO SETENTRIONAL DA REGIÃO CENTRO OESTE (PESRCO) * NORTE *

PONTO EXTREMO MERIDIONAL DA REGIÃO CENTRO OESTE (PEMRCO) * SUL *

 

Dia 06/12/2018         

 

Depois de ter vindo de Brasília-DF e passado por Goiânia-GO, Anápolis-GO, Rio Verde-GO, Jataí-GO, Serranópolis-GO, Chapadão do Céu-GO, Chapadão do Sul-MT, Paraíso das Águas-MT, Camapuã-MT, Bandeirantes-MT, Campo Grande-MT, Nova Alvorada do Sul-MT, Dourados-MT, Juti-MT, Naviraí-MT, Eldorado-MT, Mundo Novo-MT e Salto del Guayra-Paraguai, finalmente cheguei à Guaíra-PR para conhecer o PESRCO.

Deixei tudo combinado ontem com um piloteiro para sairmos da cidade de Guaíra-PR, onde já estive em várias outras ocasiões, às 8h30 e o dia hoje estava lindo e quente, coisa comum nas cidades na beira de rios. Passamos por de baixo da segunda maior ponte fluvial do Brasil (Ponte Ayrton Senna) sobre o rio Paraná e depois fomos aos vários Pontos Extremos possíveis de serem o PEMRCO.

Primeiro fomos ao PEMRCO segundo o Google Earth, onde ele ficava dentro do rio Paraná. Depois chegamos ao PEMRCO segundo o IBGE que também estava dentro deste mesmo rio e parecia estar em águas paraguaias. Continuamos e passamos numa Torre Elétrica dentro do rio Paraná que também poderia ser outro eventual PEMRCO. Ainda bem que não apareceu nenhum guarda ou fiscal para reclamar, pois estávamos na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Finalmente, passamos numa ilha que era o PEMRCO Terrestre. Ali havia uma área com areia mais clara de acessibilidade mais fácil e encontrei algumas pegadas de capivaras. O único perigo foi caminhar sobre um mato baixo e bem verde que poderia esconder algum réptil, como cobras ou jacarés.

Enfim, eu acabara de conquistar todos os Pontos Extremos de cada Região brasileira e por um momento lembrei-me das minhas passagens por cada um deles. Sem dúvida o mais difícil foi o Ocidental da Região Norte e do Brasil e depois o Setentrional da Região Norte e do Brasil, ou seja, o marco Astronômico e o marco B/BG 11A de 2007 respectivamente.

Depois passamos por uma boia que o nosso piloteiro disse que ali se encontrava a 14ª queda do extinto PARNA de Sete Quedas, que na verdade eram quatorze quedas. Este foi o primeiro PARNA brasileiro extinto e me parece que o único também. Sua extinção ocorreu por causa da formação do lago de Itaipu e o piloteiro disse que quando ficava muito seco por aquelas redondezas as últimas quedas deste extinto PARNA ressurgem. Foi uma pena ter acontecido isto, pois o turismo que existia por ali trazia muita renda para o município de Guaíra-PR, além da perda de mais uma beleza natural.

PONTO EXTREMO MERIDIONAL DA REGIÃO CENTRO OESTE (PEMRCO) * SUL *