07/06/2020

Ontem foi muito complicado ajeitar tudo e ir dormir na casa de um amigo em Planaltina-GO para ficar somente a uns 35 km do Ponto Extremo Nordeste (PENE). Acabei chegando lá por volta das 22h e fui dormir às 22h30 porque ainda tive que arrumar todas as baterias dos aparelhos eletrônicos para carregarem para a travessia no outro dia.

08/06/2020

Acordei às 5h, tomamos café, arrumamos tudo na caminhoneta e partimos rumo ao PENE. O dia só foi amanhecer às 6h30 e por sinal um lindo dia azul e sem nuvens. Junho é demais! Na entrada da fazenda onde se encontram os PENEs ouvimos o canto de seriemas, perdizes, periquitos, araras e outras aves. O capataz da fazenda só chegou às 6h45 para destrancar o cadeado do colchete da entrada. Ele nos disse que estavam tendo problemas com vândalos que entravam e roubavam milho das plantações. Tudo bem, o pessoal dali já estava colaborando demais com a gente por deixarem entrarmos em sua área, fotografar e fazer filmagens para só depois então sairmos dos possíveis PENEs. Tiramos algumas fotos dos pontos que eu havia marcado há alguns dias atrás. São quatro possíveis PENEs, ou seja, o do marco de cimento número 91.145 do Banco de Dados Geodésicos (BDG) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) IBGE-BDG, o do IBGE-BDG, o da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH) e o do Google Maps e assim seria em quase todos os outros pontos extremos Colaterais, já que estes órgãos ainda não estabeleceram com certeza onde seriam os verdadeiros Pontos Extremos do DF. Absurdo! Depois de fotografarmos o Jr. me filmou com o drone caminhando uns 700 m entre os possíveis PENEs e parti dali por volta das 7 horas e 40 minutos. Eu iria no mesmo esquema das duas Travessia/Expedições que realizei no Brasil na vertical e na horizontal, ou seja, fotografando a cada minuto e filmando a cada 10 km. A única diferença é que agora as filmagens seriam feitas do meu celular ao invés da Gopro. Durante a minha pedalada ali na estradinha de terra da fazenda vi três codorninhas que praticamente me seguiram. Engraçado! Depois vi recentes pegadas de anta na areia. Caramba, esta anta era gigante! Cheguei ao asfalto e fui pedalando meio espremido naquele trecho sem acostamento e com o mato lateral bem alto. Virei à esquerda e peguei um trecho de estrada de terra. Logo cheguei ao entroncamento que liga às estradas de terra DF-205 e DF-405 com uma subidinha um pouco pesada. Virei à direita e cheguei a BR-010 que vai para São João da Aliança-GO (SJA-GO) e logo depois cheguei à BR-030 rumo a Sobradinho-DF. Havia um trânsito de lascar naquele horário, mas ainda bem que ali existe um bom acostamento. Deu para ver a Torre Digital de longe. Peguei uma descidona ao passar por toda a área da Reserva das Águas Emendadas na lateral direita da BR-030 e depois começou uma subida de lascar após as entradas para Planaltina-GO e para Planaltina-DF. Reparei que toda esta região por ali também está densamente povoada. Absurdo, pois o DF era tão tranquilo e sem problemas! Agora está inflamado de tanta gente, sendo que aqui não há indústrias ou fábricas o suficiente para empregar tantas pessoas assim. A população do DF triplicou em cerca de oito anos e isto deveria acontecer em 30 ou 50 anos. Foi mais uma jogada politica de certo governador do passado que começou a dar lotes de graça, houve a máfia destes lotes e a regularização de áreas que foram invadidas. É preciso rever com maior severidade o Plano de Habitação e de Urbanização do DF para que isto não ocorra jamais.

Cheguei a Sobradinho-DF e peguei uma ótima descida. Logo após veio outra forte subida até próximo do Balão do Colorado, onde o trânsito estava caótico. E pensar que antes não era assim. Passei por baixo do viaduto do Colorado, o qual se encontrava interditado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e continuei por toda a antiga parte da rodovia até o Balão do Torto sem nenhum trânsito. Ao meu lado direito estava todo o engarrafamento e ao passar pelos rapazes que estavam parados com a caminhoneta ao lado da parte nova da rodovia acenei para eles, mas não me viram. Continuei, desci um trecho já na EPIA e comecei a subir no trecho do Parque Nacional de Brasília (Água Mineral). Enviei mensagem para os rapazes que pareciam estar ainda naquele ponto lá próximo do Balão do Colorado. Após um tempo eles se encontraram comigo na EPIA. Passei a antiga Rodoferroviária e o trânsito ainda estava insuportável com um barulho ensurdecedor e com muitas entradas e saídas vicinais. Eu tive que acenar para os motoristas quase o tempo todo nestes trechos e prestar muitíssima atenção para não ser atropelado. Ainda bem que a minha experiência em rodovias pelo Brasil me fez lembrar de instalar um bom espelhinho retrovisor para avistar qualquer manobra estranha dos veículos que vinham atrás de mim e de outros eventuais riscos e perigos. Passei pelo Park Shopping e depois pelo Setor de Postos e Móteis Sul. Virei rumo ao Núcleo Bandeirantes-DF e paramos logo no primeiro posto de combustíveis no sentido para o Riacho Fundo-DF para abastecermos a caminhoneta e logo após para almoçarmos. Pedimos três marmitas e descansei por cerca de 1 hora e 30 minutos. Até então já havia pedalado 83 km.

Às 13h30 partir de novo rumo ao Ponto Extremo Sudoeste (PESO). Peguei uma subida de lascar no Riacho Fundo-DF. Para variar, o trânsito ali também estava maluco. Passei pelo posto da PRF e dali para frente o relevo foi ficando bem melhor de se pedalar. Alcancei uma boa velocidade durante um bom tempo com a cidade de Samambaia-DF ao meu lado direito. Logo depois apareceu uma subidinha leve, passei pela entrada de Santo Antônio do Descoberto-GO e por outro posto da PRF. Pedalei bem com a maior parte do percurso por ali plano ou com mais descidas e cheguei à comunidade Engenho das Lages-DF. Entrei na comunidade à direita e passei rapidamente na casa de um conhecido da fazenda onde se entra para os PESOs para avisa-lo que estávamos passando como já havia anunciado anteriormente. A porteira da fazenda estava aberta. Entramos e deixei a minha “bike” próxima a um colchete num pasto de braquiara. Calcei uma bota de cano longo com dupla proteção, ou seja, à prova d’ água e prova de picadas de cobras e dali em diante comecei a caminhar novamente. A caminhada por ali seria aproximadamente de uns 1,3 km porque a porteira da fazenda estava aberta e com isso, diminui a distância indo de “bike”. Da outra vez quando fui ali para deixar marcado os possíveis PESOs vi uma jararaca tipo hibernando numa moita de braquiara. Há uma boa descida em um morrinho até as margens do rio Descoberto. O Jr. fez boas filmagens por ali com o drone. Caminhei mais um pouco e passei por duas grotas onde havia lindos riachinhos que desaguam no rio Descoberto. Tiramos várias fotos por ali e filmamos no drone todos os possíveis PESOs e depois ainda passamos por dentro do rio Descoberto num trecho de pedras e de areia. A travessia completa do NE ao SO do DF deu 127 km, sendo 125,7 km de “bike” e uns 1,3 km de caminhada. O PESO é o único dos Pontos Extremos Colaterais do DF que não possui nenhuma sinalização ou marcação concreta a não ser um antigo marco de cimento no mesmo estilo dos outros, o qual se encontra derrubado ou tombado.

CURIOSIDADES:

Em ambas as datas de saída das duas Travessias do DF o somatório dos números deu de novo o número 9, ou seja, o meu número da sorte.